Prestes a completar dois meses, a guerra entre Israel e o Hamas continua sem fim à vista. Na terça-feira, o grupo islamita palestiniano rejeitou qualquer negociação ou libertação de reféns caso Israel prossiga os ataques contra a Faixa de Gaza. 

Nos últimos dias, as forças israelitas anunciaram a terceira fase da sua ofensiva no enclave palestiniano, centrada na cidade de Khan Younis, descrita como uma "zona de combate perigosa".

Segundo Yaron Finkelman, responsável pelo Comando Sul do exército de Israel, na terça-feira, foi "o dia mais intenso" de ação militar desde o início da operação terrestre, a 27 de outubro, quer "em termos de terroristas mortos, quer em termos de confrontos armados e de utilização de poder de fogo terrestre e aéreo".

O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, criticou, esta quarta-feira, o plano de Israel de criar uma zona tampão na Faixa de Gaza, considerando que a discussão sobre a ideia é "desrespeitoso para com os palestinianos".

"Considero discutir isso como um desrespeito aos meus irmãos e irmãs palestinianos. Não é um plano que mereça ser discutido", defendeu.

Na semana passada, Israel informou vários países árabes de que pretende criar uma zona tampão em Gaza após o fim do atual conflito. O objetivo será impedir novos ataques terroristas no seu território.

President Erdoğan:

"(Israel's claim for the establishment of a buffer zone in Gaza) I consider discussing it as disrespectful to my Palestinian brothers and sisters; it is not a plan that deserves to be discussed."

 

A agência da Organização das Nações Unidas para os Refugiados Palestinianos (UNRWA, na sigla inglesa) alertou, esta quarta-feira, que "toda a Faixa de Gaza tornou-se num dos locais mais perigosos do mundo".

"Está em curso uma nova vaga de deslocações em Gaza - a situação está a piorar a cada minuto", começou por referir na rede social X (antigo Twitter). "Não existe uma zona 'segura', toda a Faixa de Gaza tornou-se num dos locais mais perigosos do mundo".

De acordo com a UNRWA, "não há sítio para onde ir" e os seus abrigos "estão a transbordar".

Another wave of displacement is underway in #Gaza - the situation is getting worse each minute.

There is no “safe” zone, the entire #GazaStrip has become one of the most dangerous places in the world.

There is nowhere to go as shelters, including @UNRWA, are overflowing. pic.twitter.com/txa7ZsZvTM

 

Os Médicos Sem Fronteiras (MSF) alertaram, esta quarta-feira, que "o combustível e os materiais médicos atingiram níveis criticamente baixos" no hospital Al-Aqsa, na Faixa de Gaza. Em causa está o "encerramento de estradas, enquanto centenas de doentes precisam de cuidados de emergência".

Em comunicado, divulgado nas redes sociais, a coordenadora de emergência dos MSF, Marie-Aure Perreaut Revial, adiantou que o hospital tem 700 pessoas internadas e o número de feridos a chegar ao local não para de aumentar.

"Estamos a ficar sem materiais essenciais para tratá-los", lamentou. "O cerco deve ser levantado. Materiais médicos e ajuda humanitária devem ser urgentemente fornecidos à Faixa de Gaza na sua totalidade".

#Gaza: Fuel and medical supplies have reached critically low levels at Al-Aqsa hospital in the Middle Area of the Strip due to road closures, while hundreds of patients need emergency care due to the unrelenting Israeli bombardment...

O ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, disse hoje, em conversa por telefone com o homólogo norte-americano, Antony Blinken, que a prioridade "máxima" no conflito Israel - Hamas deve ser o cessar-fogo.

"A prioridade máxima é o cessar-fogo para acabar com os combates o mais rapidamente possível", afirmou Wang Yi, segundo um comunicado emitido pelo ministério dos Negócios Estrangeiros chinês.

"Os principais países (...) devem manter a objetividade e a imparcialidade e demonstrar calma e racionalidade", acrescentou o chefe da diplomacia chinesa, que apelou a "todos os esforços" para que "evitem uma catástrofe humanitária em grande escala".

O exército israelita matou esta madrugada dois jovens palestinianos durante confrontos em cidades do norte da Cisjordânia, elevando para 470 o número de óbitos este ano entre os palestinianos naquele território.

O Ministério da Saúde da Autoridade Nacional Palestiniana anunciou as mortes de Mazen Muhamad Zahran, 23 anos, e Obadia Imad Khaled Bani Odeh, 16 anos. O primeiro morreu na cidade de Al Faraa e o segundo em Tamoun, ambos baleados pelo exército israelita.

O exército israelita matou esta madrugada dois jovens palestinianos durante confrontos em cidades do norte da Cisjordânia, elevando para 470 o número de óbitos este ano entre os palestinianos naquele território.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, instou, na terça-feira, "todos os líderes civilizados, governos e nações" a pronunciarem-se sobre os alegados casos de violência sexual perpetrados pelo Hamas.

"Digo às organizações de defesa dos direitos das mulheres, às organizações de defesa dos direitos humanos, que ouviram falar da violação de mulheres israelitas, de atrocidades horríveis, de mutilação sexual - onde raio estão vocês?", questionou em conferência de imprensa, citado pela Sky News. 

Segundo o Ministério da Justiça de Israel, "as vítimas foram torturadas, abusadas fisicamente, violadas, queimadas vivas e desmembradas", acusações que o Hamas rejeita.

Prime Minister Benjamin Netanyahu's remarks this evening, at his press conference with Defense Minister Yoav Gallant and Minister Benny Gantz, at the Kirya in Tel Aviv >>https://t.co/o6y4KzKKB3 pic.twitter.com/G5YFJRSguA

As tropas israelitas atacaram cerca de 250 "alvos terroristas na Faixa de Gaza" nas últimas 24 horas, informou hoje o Exército, adiantando que prosseguem "intensos combates" no terreno.

Um porta-voz militar adiantou que os lançadores de foguetes usados na terça-feira para disparar uma série de projéteis em direção ao centro de Israel foram um dos alvos atacados.

"Além disso, as tropas ordenaram que um avião da Força Aérea atacasse a área de Deir Balah. Durante estes ataques, terroristas do Hamas e da Jihad Islâmica foram eliminados e uma série de infraestruturas terroristas foram destruídas", segundo o mesmo porta-voz.

Bom dia. Iniciamos esta manhã uma nova cobertura AO MINUTO sobre os principais acontecimentos em Israel e na Palestina, em particular na Faixa de Gaza. Pode recordar todas as notícias de ontem aqui:

Siga aqui AO MINUTO todos os desenvolvimentos no conflito armado entre Israel e o Hamas, em particular na Faixa de Gaza.

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Fonte: Noticias Ao Minuto