O jogador francês Karim Benzema apresentou uma ação por difamação contra o líder ultradireitista francês Éric Zemmour por declarações nas quais o vinculou a assassinatos islâmicos cometidos na França.

A emissora ´RMC Sport´ relata que o advogado de Benzema, Hugues Vigier, apresentou a queixa na tarde de sexta-feira perante o Tribunal Judicial de Paris.

Se a ação for admitida, Zemmour pode enfrentar uma pena de até 1 ano de prisão e uma multa de 45.000 euros, se for considerado culpado, adiciona a ´RMC Sport´.

Zemmour, presidente do partido de extrema-direita Reconquete (Reconquista), estabeleceu um vínculo entre Benzema e os assassinatos terroristas de dois professores do ensino médio, Samuel Paty em 2020 e Dominique Bernard em 2023.

Em uma entrevista televisionada em outubro passado, Zemmour disse que Benzema "é um muçulmano que quer aplicar a ´sharia´ (lei islâmica), e a ´sharia´ prevê a ´jihad´ (guerra santa), e a ´jihad´ significa matar Dominique Bernard, significa matar Samuel Paty".

Benzema já havia entrado com uma ação na terça-feira passada contra o ministro francês do Interior, Gérald Darmanin, que, em outra entrevista, também em outubro, considerou "notórios" os vínculos de Benzema com a Irmandade Muçulmana, um grupo considerado terrorista em alguns países, embora não na França, onde também não é ilegal.

Na ação, de 92 páginas, acusa-se o ministro de gerar divisão na França com as suas declarações e de ter causado danos aos filhos do jogador, que afirmou não ter "nenhuma relação" com a Irmandade Muçulmana.