Exército de Israel intensifica ataques contra Khan Younes, sul de Gaza

Os palestinianos de Gaza vivem num "horror total", declarou o Alto Comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Türk, temendo "atrocidades", dois meses após o início da guerra desencadeada pelo ataque do movimento palestiniano Hamas contra Israel, a 07 de outubro.

As ruas de Khan Younes, onde as tropas terrestres também estão envolvidas, estavam hoje praticamente vazias, enquanto mortos e feridos continuam a ser transportados para os hospitais, segundo os jornalistas da Agência France Presse (AFP) no local.

Centenas de milhares de civis encontram-se na cidade e arredores sendo que muitos são deslocados de outras zonas do enclave desde o início da guerra, enfrentando uma situação humanitária catastrófica e confinados a uma área cada vez mais perto da fronteira com o Egito.

Milhares de pessoas, a pé, em carroças ou com as bagagens empilhadas nos tejadilhos de automóveis, continuam a fugir para o sul e para a cidade vizinha de Rafah.

"Toda a cidade está a ser destruída e bombardeada. Muitas pessoas estão a chegar do norte em condições desastrosas, sem abrigo, à procura dos filhos", disse à AFP Hassan Al-Qadi, um residente de Khan Younes que acaba de chegar a Rafah.

"Queremos compreender. Se nos querem matar, que nos cerquem num só lugar e nos eliminem todos juntos. Mas empurrar-nos de um sítio para outro não é justo. Não somos apenas números. Somos seres humanos", acrescentou.

Fadi Al-Ashi, residente na cidade de Gaza, norte do território, chegou a Rafah depois de uma longa caminhada.

"Ficámos em oito ou nove casas antes de chegarmos aqui", conta o mesmo homem, que se deslocou a pé até Rafah "porque não havia carros nem qualquer outro meio de transporte".

Empenhado numa ofensiva terrestre contra o Hamas no norte da Faixa de Gaza desde 27 de outubro, paralelamente à campanha de ataques, o exército israelita alargou as operações terrestres a todo o território e anunciou na terça-feira que tinha cercado Khan Younes.

De acordo com o Ministério da Saúde do Hamas, 16.248 pessoas, 70% das quais mulheres, crianças e adolescentes, foram mortas na Faixa de Gaza pelos bombardeamentos israelitas desde 07 de outubro.

Em Israel, o ataque levado a cabo nesse dia por comandos do Hamas infiltrados a partir de Gaza fez 1.200 mortos, na maioria civis, segundo as autoridades.

"Tomámos muitos redutos do Hamas no norte da Faixa de Gaza e estamos agora a conduzir operações contra os redutos no sul", disse, terça-feira, o chefe do Estado-Maior do Exército, general Herzi Halevi.

"As nossas forças estão a encontrar armas em quase todos os edifícios e casas, e terroristas em muitas casas, e estão a confrontá-los", acrescentou.

Fontes do Hamas e da Jihad Islâmica disseram à AFP que os seus combatentes estavam a entrar em confronto com as tropas israelitas, numa tentativa de impedir a entrada dos militares em Khan Younes e nas zonas a leste da cidade, bem como nos campos de refugiados situados nas proximidades.

Hoje, o Exército de Israel exigiu que o Comité Internacional da Cruz Vermelha tivesse acesso aos 138 reféns que se retidos em Gaza pelo Hamas.

"O Exército israelita fará tudo o que estiver ao seu alcance para resgatar os nossos reféns (...) Apelamos aos outros para que façam o mesmo", declarou o porta-voz militar, Daniel Hagari.

De acordo com o Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários das Nações Unidas, Rafah é atualmente o único local do território - em estado de sítio total desde 09 de outubro por parte de Israel -, onde a ajuda humanitária continua a ser distribuída, embora em quantidades limitadas.

Em Khan Younes, a ajuda é praticamente inexistente e o acesso às zonas mais a norte está cortado desde o recomeço dos combates.

Todos os dias, o Exército lança folhetos sobre Khan Younes, alertando para um bombardeamento iminente e ordenando aos habitantes que abandonem os bairros.

A ONU, que calculou que 28% da Faixa de Gaza está atualmente abrangida por estas ordens de retirada, considerou "impossível" criar zonas seguras para os civis.

"Nenhum sítio é seguro em Gaza. Nem os hospitais, nem os abrigos, nem os campos de refugiados. Ninguém está a salvo. Nem as crianças. Nem os profissionais de saúde. Nem os trabalhadores humanitários. Este flagrante desrespeito pelos princípios básicos da humanidade tem de acabar", afirmou o coordenador da ajuda de emergência da ONU, Martin Griffiths.

Todos os dias, as mesmas cenas de caos repetem-se no hospital Nasser de Khan Younes, o maior do sul da Faixa de Gaza, bem como nos outros hospitais da cidade.

Leia Também: ONU nega estar a ignorar alegada violência sexual cometida pelo Hamas

Consolidação de crédito: Enfrente a inflação ao consolidar as suas prestações numa só!

Multicultural, segura e cosmopolita: assim é Toronto. Reserve já!

Os jogos (e as apostas) que prometem aquecer a semana e o fim de semana

Fonte: Noticias Ao Minuto

Autor
Web Developer

tempo

Nulla sagittis rhoncus nisi, vel gravida ante. Nunc lobortis condimentum elit, quis porta ipsum rhoncus vitae. Curabitur magna leo, porta vel fringilla gravida, consectetur in libero. Duis aute irure dolor in reprehenderit in voluptate velit esse cillum.

Você pode gostar

0 Comentário(s) Comentar

Deixe seu comentário