"Somos notícia, então a única coisa que posso dizer aos jogadores é que mantenham os pés no chão." Esse poderia ser o título da abordagem mais humana de Míchel durante a sua entrevista ao 'Marca', mas a verdade é que a sua mensagem vai além da proximidade com o grupo. Ele é um treinador ambicioso e realista: sabe que a conquista da LaLiga, nesta fase, ainda é uma utopia, mas reconhece que a Champions deve ser o objetivo agora. O treinador em alta na LaLiga não descarta claramente um futuro no Manchester City, mas, no momento, está focado em "fazer história" com o seu Girona. E isso não é pouca coisa.

Embora tenha sido a última pergunta, também era obrigatória: o Girona pode vencer a LaLiga? Míchel abordou isso com naturalidade, não é a primeira vez que o questionam sobre isso: "Não é o momento de falar sobre poder vencer a Liga, mas é o momento de dizer que podemos aspirar à Champions. Tenho isso muito claro, e os jogadores estão demonstrando isso. Em 10 rodadas, verei se há possibilidades de lutar pela LaLiga. Se perdermos dois ou três jogos, caímos bastante na tabela. Nem o Real, nem o Barça, nem o Atlético vão perder muito. Para estar lá em cima, devemos ser muito vitoriosos. Tenho a sensação de que vamos lutar pela Champions".

Esse destaque que o Girona ganhou ao liderar a classificação não afeta apenas Míchel, mas também os seus jogadores. O episódio de Aleix García se deixando querer pelo Barça resultou em uma repreensão do seu treinador, que agora explica: "Queria mostrar que nós temos que conseguir nos abstrair de tudo o que está por vir. Todos nós temos sonhos e continuamos crescendo, mas temos algo muito importante aqui dentro. Mas ele provou que está pelo Girona e continuará assim. Mas informações sobre Aleix, Miguel ou qualquer jogador vão surgir porque agora estamos em um momento incrível. Somos notícia".

"Sobre as redes sociais, tento me abster um pouco; elas são gerenciadas por uma agência de comunicação. Sou imagem do clube, mas tento que me ajudem a mostrar um pouco do que faço para me comunicar com a minha gente e a torcida. Quando recebo coisas negativas, tento relativizar tudo. Isso não me deixa de mau-humor, mas vejo que há pessoas que querem fazer mal. Não dou importância", esclareceu Míchel.

Com o Girona, como parte do City Group o futuro de Míchel pode estar relacionado a Inglaterra se Guardiola decidir deixar vago o comando técnico em algum momento: "Não sei... pensar nisso agora é uma loucura. Gosto de viver o dia a dia. Estamos em um momento no Girona fazendo história. Ouço tudo, para o bem e para o mal. Gosto da avaliação que fazem da minha equipe e do meu trabalho. Não por ser do grupo City você vai treinar o City. Meu sonho é que possamos fazer história com o Girona".