Grupos palestinianos condenam ONU por não alertar para genocídio em Gaza

Numa carta aberta enviada a António Guterres na quarta-feira, 16 grupos palestinianos de Direitos Humanos acusaram a conselheira especial das Nações Unidas para a Prevenção do Genocídio de estar a falhar nas suas funções ao manter-se praticamente em silêncio no que diz respeito aos ataques israelitas a Gaza.

Tem havido “uma ausência flagrante de qualquer ação em resposta às atrocidades em massa sofridas pelos palestinianos em Gaza”, acusam os grupos na missiva ao secretário-geral da ONU.

Referindo-se à queniana Alice Wairimu Nderitu, as entidades dizem ter “preocupações significativas quanto à capacidade da conselheira especial para executar o seu mandato com a devida eficácia e imparcialidade”.

António Guterres tem condenado veementemente as acções israelitas na Faixa de Gaza e apelado repetidamente a um cessar-fogo, mas tem evitado referir-se a um genocídio.

Mais especificamente, os grupos acusam esta responsável da ONU de incumprimento por não ter alertado para um potencial genocídio provocado por Israel em Gaza, o que consideram uma “falha ensurdecedora”.

Para estes defensores dos Direitos Humanos, o silêncio de Nderitu é ainda mais grave depois de o Tribunal Internacional de Justiça ter, em Janeiro, decidido que a acusação de genocídio da África do Sul contra Israel era plausível e ordenado ao exército israelita que fizesse tudo o que estivesse ao seu alcance para evitar o genocídio.

Na opinião dos 16 grupos, a falta de acção representa uma injustiça, já que, quando o Tribunal Internacional de Justiça declarou o perigo de genocídio na Ucrânia, Nderitu lançou um comunicado sobre o assunto.

“Os princípios da prevenção do genocídio devem ser aplicados universalmente, sem que sejam abertas permissões ou excepções para alguns, incluindo Israel”, defendem.

A carta refere ainda que a conselheira da ONU e a sua equipa não estão a dialogar com os grupos palestinianos, chegando mesmo a cancelar reuniões, a não responder a correspondência e a não participar em reuniões oficiais na sede da ONU, em Nova Iorque, nas quais se discute a ameaça de genocídio em Gaza.

Até ao momento, Alice Wairimu Nderitu apenas lançou um comunicado sobre a guerra no Médio Oriente, na qual destacou as atrocidades cometidas pelo Hamas contra Israel a 7 de Outubro e não fez qualquer crítica à resposta de Telavive.

Disse, porém, que “civis inocentes nunca devem pagar por um conflito pelo qual não têm responsabilidades”.

Entretanto, números avançados pelo Ministério da Saúde de Gaza apontam para a morte de 27.840 palestinianos desde 7 de Outubro, alé de 67.317 feridos em ataques israelitas.

Só nas últimas 24 horas, contabilizaram-se 130 mortes e 170 pessoas com ferimentos. (RM-RTP)

Fonte: RM

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