Nove em cada dez malawianos afirmam que a administração do presidente Lazarus Chakwera, não conseguiu restaurar a economia do país, num contexto de agravamento dos níveis de pobreza e de desemprego.

Um inquérito conduzido pelo Afrobarómetro, uma rede pan-africana e apartidária de investigação disse que 89 por cento dos entrevistados da amostra acreditam que a economia está na direcção errada. 

O relatório observou ainda que 16 por cento dos malawianos acreditam que a situação irá melhorar nos próximos 12 meses, enquanto 63 por cento esperam que a situação piore durante o mesmo período.

Oito em cada 10 pessoas dizem que o governo teve um desempenho mau e muito mau na gestão global da economia, bem como na manutenção dos preços de produtos essenciais.

No relatório, o Afrobarómetro observa também que os choques externos mergulharam muitos sectores governamentais do Malawi na pobreza.

Pelo menos 74% das 1.200 pessoas entrevistadas em 2022 relataram que as suas condições de vida eram “muito más” ou “más”.

De acordo com o relatório, 37 por cento das pessoas vivem em situação de pobreza elevada.

38 por cento vivem em situação de pobreza moderada, e apenas 4 por cento dos cidadãos estão livres da pobreza.

As conclusões do inquérito coincidem com uma avaliação feita pelo Banco Mundial, segundo a qual os níveis de pobreza no Malawi aumentaram em mais de 70 por cento.

Reagindo ao relatório, o analista político da Universidade do Malawi, Ernest Thindwa, disse que as pessoas perderam confiança com o governo porque há uma falta de transparência por parte da liderança política sobre a forma como gere o serviço público em termos de prestação de serviços e recrutamento.

O relatório é divulgado numa altura em que a economia ainda não recuperou de múltiplos choques exógenos, como a pandemia de Covid-19, o impacto da guerra entre a Rússia e a Ucrânia nas cadeias de abastecimento globais e o ciclone Freddy, que destruiu Campos agrícolas. (RM Blantyre)

Fonte: RM