Os oceanos do mundo atingiram temperaturas recordes em Fevereiro, de acordo com o último relatório da agência de alterações climáticas da União Europeia, Copernicus.

Confirmou na quinta-feira que a temperatura média da superfície do mar no mês atingiu 21,06 graus Celsius, superando o recorde anterior de 20,98 C estabelecido em agosto do ano passado.

A agência disse que fevereiro terminou com a temperatura média diária da superfície do mar atingindo um “máximo absoluto” de 21,09 graus Celsius.

E não foi melhor em terra. O novo recorde marinho surge no momento em que Copernicus declarou o mês passado como o mês de fevereiro mais quente já registado a nível mundial.

A temperatura média do ar foi de 13,54 graus, ou seja, 0,12 graus superior à do mês de fevereiro mais quente de 2016.

Para os cientistas que tentam salvar habitats e espécies oceânicas em todo o mundo, o novo relatório não é uma surpresa.

“Sabemos que todo o período global foi o mais quente já registrado. E isto está ligado ao aumento das concentrações de gases com efeito de estufa, e há um certo impulso com o El Niño”, disse o Dr. Akshay Deoras, cientista climático do Centro Nacional de Ciência Atmosférica da Universidade de Reading.

Mas ele disse que o El Niño não é a única causa por trás disso.

Embora tenha mantido as temperaturas elevadas, começa agora a enfraquecer no Pacífico equatorial – o centro da ação do sistema meteorológico.

Os últimos relatórios, no entanto, mostram que as temperaturas estão a aumentar na terra e na água, independentemente do sistema meteorológico.

Deoras acredita que as temperaturas estão claramente ligadas ao aquecimento global causado pelo aumento das emissões de gases com efeito de estufa.

Também preocupante é o facto de outros oceanos também estarem a aquecer.

“Como estamos tendo o El Niño no Pacífico, esperaríamos que fosse muito quente, e realmente é. Mas, ao mesmo tempo, estamos a registar este tipo de aquecimento massivo no Atlântico, no Atlântico tropical e também em partes do Oceano Índico”, disse ele.

Isto poderá ter consequências devastadoras a longo prazo para os seus ecossistemas, especialmente para os recifes de coral tropicais no hemisfério sul.

De acordo com Copernicus, o aumento médio de 1,56 na temperatura nos últimos 12 meses mostra que o mundo já está a violar a sua tentativa de limitar o aquecimento a 1,5 Celsius acima dos níveis pré-industriais. (RM-Anews)

Fonte: RM