ONU: Digitalização sem regulação resultará em desigualdades

As transformações do mundo do trabalho devido à novas tecnologias, mobilidade humana e tendências demográficas são o tema de uma Reunião Especial do Conselho Econômico e Social da ONU, Ecosoc, iniciada nesta terça-feira.

O evento realizado em Santiago, no Chile, reúne membros do órgão e especialistas para debater o futuro do trabalho.

Transição digital justa

Em mensagem de vídeo transmitida na abertura da reunião, a vice-secretária-geral da ONU, Amina Mohammed, disse que o mundo precisa de “clareza de propósito” para salvar os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, ODS.

Segundo ela, essa meta exige “desbloquear o financiamento para os países em desenvolvimento, acelerar as transições alimentar, energética e digital e manter as pessoas no centro” do processo.

Amina disse que o futuro do trabalho está ligado à capacidade internacional de garantir uma transição digital justa, mas ressaltou que “a digitalização não regulamentada é um motor de desigualdades”.

Ela defendeu a transformação dos sistemas alimentares e a transição para as energias renováveis ​​e uma economia verde, para criar empregos e oportunidades para mulheres e jovens.

A vice secretária-geral das Nações Unidas, Amina Mohammed, em fotografia com estudantes no Centro de Formação Lafiya Sariri, no estado de Borno, Nordeste da Nigéria.
ONU News/ DSG office
A vice secretária-geral das Nações Unidas, Amina Mohammed, em fotografia com estudantes no Centro de Formação Lafiya Sariri, no estado de Borno, Nordeste da Nigéria.

Desemprego entre jovens, mulheres e migrantes

Para a vice-líder da ONU, isso significa agir sobre as taxas elevadas de desemprego juvenil, sobre as persistentes disparidades de gênero nos salários, na participação no mercado de trabalho e no acesso à proteção social. 

Ela destacou que sociedades inclusivas, prósperas e mais seguras “não são apenas sociedades que oferecem oportunidades ao número crescente de migrantes que o mundo vê, são sociedades que não expulsam o seu povo”.

A presidente do Ecosoc, presente no evento, lembrou que as taxas de desemprego globais continuaram a sua trajetória descendente em 2023, caindo para 5,1% a nível mundial, atingindo níveis pré-pandémicos em todos os países, exceto nas economias de baixo rendimento. 

No entanto, Paula Narváez afirmou que “embora os números nos contem uma história, as realidades vividas pelos trabalhadores contam-nos uma história muito diferente e dolorosa”.

Segundo dados da Organização Internacional do Trabalho, OIT, em 2023, as mulheres, os jovens e os migrantes continuaram a apresentar taxas de participação na força de trabalho comparativamente baixas. 

É preciso “fazer mais”

As taxas de desemprego juvenil são quase 3,5 vezes superiores às dos adultos. A disparidade de gênero no emprego continua elevada, especialmente nos países de baixos rendimentos, e prevê-se que a taxa de participação global dos homens ultrapasse a das mulheres em 25% até 2025.

Paula Navaez defendeu que é preciso “fazer mais”, com acesso justo à tecnologia e à formação para garantir que todos possam participar na nova economia digital.

Ela destacou ainda que “a inovação tecnológica deve estar ao serviço da humanidade”, criando sociedades mais justas e preparadas para os múltiplos desafios da tecnologia.

A reunião especial de dois dias contará com sessões plenárias, mesas redondas interativas, um evento paralelo marcando o 75º aniversário da Comissão Econômica da ONU para a América Latina e Caribe, Cepal, e a Declaração Universal dos Direitos Humanos, bem como um relatório especial. 

O resultado da reunião será um resumo da presidente do Ecosoc, que servirá como uma contribuição para o Fórum Político de Alto Nível sobre Desenvolvimento Sustentável de 2024, para a Cúpula do Futuro, que será realizada durante a Assembleia Geral de 2024 e a proposta de Cúpula Social Mundial em 2025.

Fonte: ONU

 

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