Pena de prisão de “Zenu” dos Santos poderá expirar sem ser cumprida

A pena de cinco anos de prisão de José Filomeno dos Santos “Zenu” poderá expirar este ano sem que o antigo dirigente do Fundo Soberano de Angola e filho do antigo Presidente, José Eduardo dos Santos, cumpra a pena de cinco anos a que foi condenado em Agosto de 2019.

Especialistas angolanos ouvidos pela Voz da América consideram que os crimes envolvendo conhecidas figuras angolanas e cujos processos aguardam julgamento em segunda instância, não prescrevem mas alertam que os mesmos correm o risco de serem dados por “expirados por inexecução das penas”.

Em causa está o processo do ex-presidente do Fundo Soberano de Angola, José Filomeno dos Santos “Zenu”, e que se encontra em casa à espera da decisão do segundo recurso

No mesmo processo está Valter Filipe, antigo homem forte do Banco Nacional de Angola (BNA) condenado a oito anos de prisão, por burla e peculato, que continua igualmente à espera em liberdade .

“Zenu” e Valter Filipe foram condenados pelo desvio de 500 milhões de dólares no conhecido “ caso BNA”.

“Não é que haja uma prescrição mas é a pena que pode ser expiada por inexecução, tendo em conta o prazo da condenação, e a culpa será do tribunal”,afirmou o advogado Vicente Pongolola.

Por seu turno o advogado Pedro Capracata diz que atrasos nos tribunais angolanos “ fazem parte da cultura jurídica de todos os operadores de justiça em Angola” com o argumento de que só há celeridade naqueles em que há determinados interesses .

“Só há celeridade quando há uma encomenda de sentença”, afirmou.

O jurista Serra Bango, também questiona o atraso no julgamento dos recursos pelo Tribunal Constitucional dadas as suas próprias especificidades.

“ Não conhecemos que o TC tenha tanto processo como tem o Tribunal Supremo, por exemplo”, disse Bango.

Enquanto isso, na província do Moxico, leste de Angola, os antigos administradores municipais do Alto Zambeze e Camanongue, envolvidos em processos de peculato, passaram a responder o processo em liberdade, desde Dezembro último, após vencer o prazo de prisão preventiva.

Os antigos gestores aguardam o deferimento dos recursos interpostos no Tribunal Supremo, há cerca de dois anos.

Trata-se dos antigos administradores Alexandre Bumba e Zaqueu Isaac, indiciados nos crimes de recebimento indevido de vantagens e violação de regras orçamentais e do antigo diretor do Hospital Geral do Moxico, Manuel Macano.

No âmbito do combate à corrupção , decretado pelo Governo de Angola, o únicos processos em os implicados foram julgados e efectivamente condenados são que envolvem os antigos gestores do Conselho Nacional de Carregadores (CNC), em que se destaca o ex-ministro dos Transportes, Augusto Tomás, condenado a 14 anos de prisão, e o da chamada “Burla tailandesa”, que resultou na condenação efectiva de cidadãos estrangeiros e angolanos, incluindo um general.

O mesmo aconteceu com o antigo chefe do Gabinete de Revitalização e Execução da Comunicação Institucional e Marketing da Administração (GRECIMA), Manuel Rabelais que, condenado a 14 anos de prisão, que foi confirmada pelo Tribunal Constitucional .

Fonte:  Voa Português

Autor
Web Developer

tempo

Nulla sagittis rhoncus nisi, vel gravida ante. Nunc lobortis condimentum elit, quis porta ipsum rhoncus vitae. Curabitur magna leo, porta vel fringilla gravida, consectetur in libero. Duis aute irure dolor in reprehenderit in voluptate velit esse cillum.

Você pode gostar

0 Comentário(s) Comentar

Deixe seu comentário