Políticas educativas dos talibãs prejudicam tanto rapazes como raparigas

No relatório documentam-se as políticas e práticas dos talibãs, desde que tomaram o país em agosto de 2021, que estão a comprometer a educação dos rapazes afegãos: "Isso inclui a demissão de professoras, o aumento do uso de castigos corporais e mudanças regressivas no currículo".

"Os talibãs estão a causar danos irreversíveis ao sistema educativo afegão, tanto para os rapazes como para as raparigas", disse a investigadora assistente dos direitos das mulheres na Human Rights Watch e autora do relatório, Sahar Fetrat.

"Ao prejudicar todo o sistema escolar do país, correm o risco de criar uma geração perdida, privada de uma educação de qualidade", acrescentou, citada num documento no qual se sublinha que, "embora os talibãs não tenham proibido a educação dos rapazes depois do sexto ano, como fizeram com as raparigas e as mulheres, as suas ações prejudicam o acesso à educação de todas as crianças e jovens adultos".

Para elaborar o documento, a ONG entrevistou à distância 22 rapazes do 8.º ao 12.º ano, bem como cinco pais de alunos do mesmo ano, nas províncias de Cabul, Balkh, Herat, Farah, Parwan, Bamiyan, Nangarhar e Daikundi, entre junho e agosto de 2022 e março e abril de 2023.

"Os talibãs despediram todas as professoras das escolas masculinas, deixando muitos rapazes a ser ensinados por professores não qualificados ou mesmo a sentar-se em salas de aula sem qualquer professor", denuncia-se.

"Os rapazes e os pais descreveram um aumento preocupante da utilização de castigos corporais, incluindo funcionários que batem nos rapazes perante toda a escola por infrações relacionadas com o corte de cabelo ou o vestuário ou por terem um telemóvel", ao mesmo tempo que "eliminaram disciplinas como artes, desporto, inglês e educação cívica, provocando um declínio na qualidade do ensino", segundo a HRW.

Por outro lado, no relatório salienta-se que "a discriminação sistemática (...) contra as mulheres e as raparigas - da qual a proibição de as raparigas e as mulheres estudarem é apenas um aspeto - está também a ter efeitos nocivos nos rapazes, nomeadamente ensinando-lhes normas de género nocivas e exercendo uma maior pressão para que sejam os únicos provedores financeiros das suas famílias".

"O agravamento da crise humanitária e económica no país tem exigido cada vez mais que os rapazes trabalhem para sustentar as suas famílias, obrigando muitos a abandonar a escola. Os rapazes debatem-se cada vez mais com ansiedade, depressão e outros problemas de saúde mental, num contexto em que os serviços de saúde mental são escassos", acusaram os autores do documento.

A ONG defendeu ainda que "o uso da violência para punir crianças causa dor e sofrimento desnecessários, é degradante e prejudica o desenvolvimento, o sucesso escolar e a saúde mental das crianças".

Leia Também: Malala pede que mundo reconheça "apartheid de género" no Afeganistão

Transferência de crédito: Insatisfeito com o seu crédito? Quem está mal, muda-se: transfira-o para outro banco

Multicultural, segura e cosmopolita: assim é Toronto. Reserve já!

Os jogos (e as apostas) que prometem aquecer a semana e o fim de semana

Fonte: Noticias Ao Minuto

Autor
Web Developer

tempo

Nulla sagittis rhoncus nisi, vel gravida ante. Nunc lobortis condimentum elit, quis porta ipsum rhoncus vitae. Curabitur magna leo, porta vel fringilla gravida, consectetur in libero. Duis aute irure dolor in reprehenderit in voluptate velit esse cillum.

Você pode gostar

0 Comentário(s) Comentar

Deixe seu comentário