PR senegalês apresenta lei de amnistia sobre factos ligados a manifestações políticas

O Presidente do Senegal, Macky Sall, apresenta, esta quarta-feira, à Assembleia Nacional e ao Conselho de Ministros um projecto de lei de amnistia geral sobre os factos relacionados com as manifestações políticas ocorridas entre 2021 e 2024.

Marcky Sall, que discursava na abertura do diálogo nacional no Centro Internacional de Conferências Abdou Diouf, na cidade de Diamniadio, a cerca de 30 quilómetros de Dakar, disse pretender com esta iniciativa pôr termo à profunda crise desencadeada no país na sequência do adiamento das eleições presidenciais, inicialmente previstas para o dia 25 deste mês e fixar uma nova data.

"O nosso país está perante uma encruzilhada importante (...) O meu desejo é que possamos avançar para eleições pacíficas, inclusivas e transparentes", afirmou perante dezenas de representantes de diferentes sectores da sociedade.

"Só tenho um objectivo: chegar a um consenso sobre a data das próximas eleições presidenciais", acrescentou, reiterando que tenciona abandonar o poder quando o seu mandato terminar, em 02 de Abril, como confirmou na semana passada numa entrevista televisiva.

O diálogo nacional foi, no entanto, boicotado pela grande maioria dos candidatos presidenciais cuja candidatura foi aprovada.

De facto, apenas dois deles aceitaram reunir-se segunda-feira com Sall, antes do início do evento: Amadou Ba, actual primeiro-ministro e candidato da coligação no poder Benno Bokk Yaakaar (Unidos pela Esperança, na língua Wolof), e Mahammed Dionne, antigo primeiro-ministro também sob a presidência de Sall.

Na passada sexta-feira, a plataforma da oposição FC25, que agrupa 16 dos 19 candidatos, rejeitou o diálogo nacional, acusando o Presidente de violar a Constituição.

"O seu principal objectivo é tentar excluir os candidatos seleccionados pelo Conselho Constitucional e, eventualmente, com o seu diálogo, avançar para um (novo) mandato, o que rejeitamos sistematicamente", declarou o representante do grupo, Cheikh Tidiane Youm, numa conferência de imprensa na capital senegalesa.

A rejeição da oposição à oferta de Sall surge num momento de grande tensão política devido ao adiamento das eleições decretado em 03 de Fevereiro pelo Presidente e declarado ilegal pelo Conselho Constitucional.

O Conselho Constitucional considerou "contrária à Constituição" a votação parlamentar que, sob os auspícios de Sall, adiou as eleições de 25 deste mês para 15 de Dezembro.

A alteração da data das eleições desencadeou violentos protestos de rua, muitas vezes dispersos com dureza pela polícia, nos quais foram mortas pelo menos quatro pessoas.

A oposição exigiu que Sall marcasse uma data antes do final do seu mandato.

O chefe de Estado defendeu a moratória eleitoral devido "à polémica sobre um candidato cuja dupla nacionalidade (francesa e senegalesa) foi revelada após a publicação da lista definitiva", algo que a Constituição senegalesa não permite aos candidatos presidenciais.

Para o Presidente, esta descoberta revelou um "alegado caso de corrupção de juízes" que punha em causa o processo de selecção dos candidatos.

No entanto, a grande maioria da oposição rejeitou o adiamento das eleições como um "golpe de Estado constitucional". (RM-Angop)

Fonte: RM

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