Trump promete que não será um ditador "excepto no primeiro dia"

O ex-presidente prometeu "escavar, escavar, escavar" em busca de mais fontes de petróleo, contra toda a lógica ambientalista moderna, não esclarecendo se irá perseguir adversários políticos caso seja reeleito.

A campanha de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos tem sido marcada por um sentimento generalizado de vingança contra o Partido Democrata, contra Joe Biden, contra a justiça e os juízes que o estão a julgar e contra quem o deixou de fora do poder após a derrota em 2020.

Vários especialistas têm alertado para o tom consideravelmente mais autoritário do ex-presidente nesta campanha eleitoral-comparativamente a 2016 e a 2020, e Trump tem feito pouco para se afastar desse tom.

Na terça-feira, durante um evento aberto promovido pela Fox News no estado do Iowa - um dos principais estados na corrida às primárias de qualquer partido -, o antigo líder do Partido Republicano, e o favorito à nomeação à Casa Branca pelos conservadores, foi questionado sobre se irá abusar do poder se voltar à presidência. Trump não deu uma resposta reconfortante a Sean Hannity.

Hannity, um apresentador que tem defendido acerrimamente o ex-presidente e as suas políticas nos seus programas ao longo dos anos, perguntou se o milionário "é capaz de prometer à América se nunca vai abusar do poder como retaliação contra alguém".

"Exceto no primeiro dia", respondeu.

Hannity pediu uma resposta mais conclusiva, entre aplausos dos fiéis seguidores do empresário, e Trump deixou claras quais são as suas prioridades. "Eu adoro este gajo. Ele diz: 'Não vais ser um ditador, pois não'. Eu digo: 'Não, não, não, só no primeiro dia'. Vamos fechar a fronteira e vamos furar, furar, furar. Depois disso, não serei um ditador", disse.

Quando o apresentador procurou esclarecer se Trump tinha planos para "abusar do poder, fugir à lei e usar o governo para perseguir pessoas", o ex-presidente usou a sua falácia mais recorrente, o 'whataboutism', comentando se, por abuso de poder, Hannity queria dizer "o que eles estão a usar agora" (eles como uma referência para o Partido Democrata, sugerindo que os seus vários processos na justiça por fraude eleitoral, insurgência e fraude fiscal são uma perseguição política).

Ao longo do programa na Fox News - a emissora ultraconservadora conhecida por favorecer Donald Trump e os republicanos, e que até já teve de pagar indemnizações enormes devido a conteúdos de desinformação em torno das eleições de 2020 -, Trump fez ainda algumas afirmações estranhas e sem fundamento.

O candidato sugeriu que a campanha está a correr tão bem que considera que existe uma possibilidade de atingir os 150 milhões de votos (isto apesar de, em 2020, terem votado 158 milhões de americanos no total e de Biden ter somado 81 milhões, o melhor resultado de sempre).

Trump também duvidou do consenso científico em torno das alterações climáticas e a da responsabilidade da actividade humana, como já duvidada quando era presidente; disse que Joe Biden "cognitivamente não está bem"; e começou a falar da Covid-19 em resposta a uma pergunta sobre a dívida nacional.

A campanha de Trump às eleições de 2024 continua a não gerar o mesmo entusiasmo do que em 2016, ou sequer que em 2020, com uma grande percentagem de indecisos a continuar receosa sobre um segundo mandato do ex-presidente.

No entanto, a popularidade de Joe Biden continua a cair, especialmente entre jovens democratas, que se mostram cada vez mais insatisfeitos e frustrados com a gestão do actual presidente sobre a situação na Faixa de Gaza e o apoio incondicional a Israel.

No Partido Republicano, a resistência a Donald Trump está cada vez mais ténue e longínqua.

Apesar de não ter marcado presença em qualquer debate, o empresário está a dezenas de pontos percentuais dos restantes candidatos, especialmente da antiga embaixadora Nikki Haley e do governador Ron DeSantis, os principais rivais nas primárias. (RM-NM)

Fonte: RM

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